segunda-feira, 12 de julho de 2010

Complexo de Édipo

Édipo
Édipo, o rei de Tebas, na tentativa de descobrir o motivo da peste que assola a cidade, pede a Creonte que consulte o oráculo. Este afirma que a desgraça só terá fim quando a morte do rei Laio, que antecedeu Édipo, for vingada. O rei manda buscar Tirésias, um vidente, para perguntar-lhe quem é o assassino. O velho adivinho tenta esquivar-se de responder à pergunta do rei, mas, como a insistência é muito grande, termina por revelar que ele, Édipo, foi quem matou Laio. O rei não aceita, diz que é impossível. Entretanto, ao ser mencionado o local onde Laio havia sido morto, Édipo lembra-se de que, quando viera embora de sua cidade, fugindo da profecia de que mataria o pai e casaria com a mãe, envolveu-se em uma briga e matou um homem. Ao interrogarem um criado que acompanhava Laio no dia do embate, e que fugira de medo, Édipo pode confirmar a sua suspeita. Porém, um mensageiro vem trazer ao rei a notícia de que seu pai, Políbio, morrera. Jocasta acredita, por isso, que parte da profecia de Édipo não se cumpriu, pois seu pai morreu de morte natural. Entretanto, os deuses lhe reservam uma surpresa, pois o mensageiro que trouxera a notícia da morte de Políbio revela que Édipo não é filho natural nem dele, nem de sua esposa, pois havia sido abandonado. Ao ouvir a história, Jocasta compreendeu tudo, imediatamente. Tomada de horror por tal situação, enforcou-se. Édipo, ao dar-se conta do que estava acontecendo, vazou os próprios olhos com o alfinete de ouro que prendia a roupa de sua esposa-mãe. Após esses acontecimentos, Édipo saiu pelo mundo, vagando, sem nada enxergar. Depois de muito perambular pelo mundo, chegou, com a filha Antígona, na cidade de Colona, onde viveu até o fim de seus dias. http://tatianflor.vila.bol.com.br/tatiana.html

Complexo De Édipo
(Freud)

O complexo de Édipo se caracteriza por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade, ou seja, amor à mãe e ódio ao pai. A idéia central no Complexo de Édipo está relacionada à figura materna pelos cuidados intensivos que são dispensados ao recém-nascido, dada a sua fragilidade. Aos três anos mais ou menos a criança começa a entrar em contato com algumas interdições, ou seja, com as proibições que começam a ser impostas nessa idade. A criança começa a ser conscientizada de alguns limites, pois já está grandinha. E necessariamente tem de ser educada, passando da fase de instintos para um plano mais racional. O pai é a personagem principal do Édipo masculino, pois na primeira etapa da formação do Édipo são reconhecidas três tipos de ligações afetivas do menino: um apego desejante pela mãe considerada como objeto sexual, e sobretudo um apego ao pai como modelo a ser imitado. O menino faz de seu pai um ideal em que ele próprio gostaria de se transformar. O vínculo com a mãe se nutre do ímpeto de um desejo, enquanto vínculo com o pai repousa num sentimento de amor produzido pela identificação com o ideal. O menino fica incomodado com a presença do pai, que barra seu impulso sexual pela mãe. O menino quer substituir o pai, e este passa a se apresentar sob duas imagens diferentes: amado como um ideal, odiado como um rival. Já no Complexo de Édipo invertido o pai é visto sobre três formas diferentes, além de amado como ideal e odiado como rival, é visto também como objeto sexual desejável. O indivíduo que não consegue fazer a passagem da ilusão de superproteção para a cultura, psicotiza, pois é no vínculo perturbado com o pai que reside à causa mais freqüente de neurose no homem adulto.

COMPLEXO DE EDIPO E A "SINDROME" DO PAI AUSENTE

Por: João H. L. Ferreira
Em seus estudos sobre o inconsciente, Freud traça um paralelo entre a estória de Édipo Rei, da antiga grécia, e a formação do psiquê humano; lançando as bases do que viria a ser denominado Complexo de Édipo.
Desde a sua formulação pelo velho Freud, estudisos vem se debruçando sobre o tema, aprofundando as reflexões de mestre.

O complexo de Édipo se desenvolve ao longo da vida do indivíduo.
Caracterizado pela escolha que o indivíduo deve fazer, perante o conflito entre as exigências impostas por forças exógenas (Família, sociedade, religião, leis, etc...), de continência ao prazer individual, e o desejo do indivíduo pelo prazer sem limites; o Édipo mal resolvido pode ser fonte de angustias, neuroses, perversões e outras formas de distúrbios psíquicos e de comportamento.
No seu processo de amadurecimento, Paradoxalmente, o indivíduo opta em limitar o seu prazer pela garantia de manutenção do próprio prazer, ou, pelo menos, de parte do prazer que lhe é permitido por essas mesmas forças exógenas (Do convívio social, da aceitação, integração no grupo a que pertence etc.) passa a ser garantido quando o indivíduo limita-se a obter esse prazer dentro das limitantes que lhe são impostas. Essa submissão é uma das possíveis saídas do Édipo e se dá na infância; sendo chamada de latência.
Através da abstinência, ou a da continência dos prazeres (Ou de situações prazerosas), abstendo-se de obter prazer de modos e em condições que não lhe são permitidos, o indivíduo mantém a possibilidade de obter prazeres que não lhe são negados; ou até mesmo oferecidos em contrapartida aqueles que ele se abstém de obter voluntariamente.
No modelo de Édipo criado por Freud, a busca do prazer é representada pelo desejo para com a mãe; e a sua negação pelas forças exógenas é representada pela figura paterna; que, detentora do poder, afasta a criança da mãe (Sua fonte de prazer); havendo a disputa entre os dois pelo tempo dispensado pela mesma.
Dessa forma, as situações de negação de prazer por forças externas, é remetido às situações vivenciadas na infância de disputa da criança com o pai pelo tempo e atenção que lhe é dada pela mãe.
No clássico grego, a saída do Édipo se dá quando o filho (Édipo) mata o próprio pai (Lion) e toma a própria mãe (Jocasta). Esse ato tem como conseqüência o condenar de Édipo a vagar sozinho sem rumo após ele mesmo ter furado os seus próprios olhos em castigo.
Assim, o clássico de Édipo Rei, nos remete ao aviso de que, a procura do prazer sem restrições, sem considerar o outro (Nos tornando cegos para o mundo à nossa volta) nos leva inexoravelmente à solidão pela exclusão do convívio social, o qual deixamos de respeitar na nossa procura por esse mesmo prazer.
Creio que a saída saudável para o Édipo é o indivíduo, ao se tornar adulto, entender que as regras (Forças exógenas) não têm caráter onipotente; ou seja: As regras são referenciais feitas pelos Homens (Seres humanos ADULTOS) para a manutenção do convívio social e podem (E devem) ser negociadas entre os membros de uma mesma sociedade. Ao tomar o seu lugar na sociedade, como ser humano adulto, a ex-criança, agora adulta, se torna também PAI (Inclusive no sentido biológico), emanador das regras negociadas com seus iguais.
Entendido tudo isso, gostaria de analisar uma situação especial de Édipo que é o PAI AUSENTE.

Não raro, dentro da nossa sociedade, a figura do PAI AUSENTE se dá ou por separação ou por morte do mesmo. O PAI AUSENTE, dependendo da família, pode se tornar MAIS PRESENTE do que se fisicamente estivesse convivendo com a família em sua normalidade.
O que apelidarei aqui de "SINDROME DO PAI AUSENTE" se dá quando, ao sentir-se impotente para a manutenção da disciplina da prole, a mãe evoca a presença de um PAI VIRTUAL, que passa a existir dentro da família. Frases como: SE O SEU PAI ESTIVESSE AQUI... ou O SEU PAI MANDOU..... ou NEM PARECE QUE É FILHO DE FULANO.... e assim por diante incutem na criança um PAI VIRTUAL sempre presente e muito mais "castrador" do que um pai físico, com o qual ele possa se confrontar na procura de seus limites e identidade.
Dessa forma, o PAI AUSENTE se torna na verdade um PAI UNIPRESENTE; existente em todo o lugar; virtuoso e sem defeitos, incansável e imbatível; que o filho, por nunca poder derrotar ou superar, se rende e se submete. Esse "super pai" acompanha o seu filho por toda a vida; que procurando "agradá-lo", para obter a sua aprovação (Que nunca conseguirá), se torna o exemplo de "bom filho"; sempre obediente às regras, as leis, aos horários; se submetendo à imposição das forças exógenas; gerando o que se pode chamar da "SINDROME DO ETERNO FILHO".
A "Síndrome do Eterno Filho", na vida adulta, é reforçada com elogios tais como "Seu pai ficaria orgulhos de você". "Você é um modelo para os seus irmãos e colegas". "Queria ter um filho assim". "Você é o filho que eu nunca tive"; e assim por diante. Além de reforços externos, o indivíduo se vê compelido a continuar como ETERNO FILHO pelas vantagens que isso lhe trás; tais como:
1) Ele não tem que assumir uma posição de adulto; fazendo escolhas (Uma escolha sempre implica em não realizar uma das possibilidades- Aquela preterida- E por isso gera um sentimento de perda).
2) O indivíduo NUNCA É CULPADO; pois se sempre faz o que lhe pedem, ele não pode ser culpado pelas conseqüências do que advém de errado na sua vida. Assim o culpado é SEMPRE O OUTRO.
3) O indivíduo não necessita pensar; somente obedecer. Alguém sempre lhe dirá o que fazer.
4) Sentimento de impotência para resolver os problemas sociais e institucionais (Afinal a sociedade e as instituição são o grande "pai" , e não se deve desafiar o pai).
Dessa feita; deve-se lembrar que, nos dias de hoje, o pai está AUSENTE não somente por condições de morte ou separação. Em muitas famílias, hoje temos pais que, mesmo vivos e casados, se encontram ausentes; não participando da vida familiar; repassando esse modelo para os seus filhos. O pai ausente é uma das poucas condições que não permitem a saída completa do Édipo; podendo desencadear esses e outros problemas da "síndrome" acima; fazendo com que a pessoa se torne o "eterno filho"; sem assumir a sua posição de adulto responsável e SUJEITO do próprio DESTINO. É o sentenciar do sujeito á eterna posição de vítima; de objeto e força de manobra das instituições, que em nossa sociedade se encontra tomada por forças inenarráveis.

Assim, por ser potencialmente benéfico aos sistemas (Que são PAIS SEMPRE PRESENTES), a "síndrome do pai ausente" pode estar sendo introjetada dentro da nossa sociedade por grupos que tem muito a ganhar com isso (Creio que mesmo que inconscientemente, todos nós procuramos aquilo que nos traz prazer e felicidade). Fica aqui um ponto de alerta e reflexão para os psicólogos e pais: Estamos formando uma sociedade de "ETERNOS FILHOS".....
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(Artigonal SC #614413)